quinta-feira, 27 de março de 2008

UNIVERSIDADE, PESSOAS E MERCADO

Temos acompanhado as eleições na Universidade de Cruz Alta, trata-se de um processo e em todo o processo pode se divergir dos procedimentos, porém jamais do processo, uma vez que o mesmo integra todas as realidades. O governo é um processo, da mesma forma uma empresa e cada um de nós igualmente se depara com um processo.

O ensino superior em Cruz Alta iniciou há mais de trinta anos através de uma Associação de Professores. Na época foi responsável pela efetividade do processo educacional. As pessoas decidiam o que fazer, como fazer e para quem fazer. Um processo determinado por pessoas para pessoas.

Pois, a então Associação dos Professores de Cruz Alta(Aprocruz) desaparece e dá lugar a universidade, cuja o nascimento implica em uma fundação, a fundação/universidade. Na prática uma fundação para manter uma universidade.

Historicamente, no entanto, a educação superior em Cruz Alta se baseou em pessoas. Pessoas que mandam e por conseguinte detentoras de cargos, pessoas que realizam serviços e pessoas qaue consomem serviços. As pessoas produziram culturas capaz de influir em comportamentos e levar a resistências.

Mas as mudanças são inevitaveis e ocorrem com o contra nossa vontade. Antes não existia a EAD(Educação a Distância) Hoje é uma realidade e de acordo com o Censo realizado pelo Inep(Instituto de Estudos e Pesquisa Educacionais) e pelo MEC(Ministério da Edecuação), a denominada educação a distância cresceu 1.867% no Brasil entre 2003 e 2006, enquanto isso muitas universidades perderam alunos e outras conseguiram se expendir. Quem é o grande responsável por tais mudanças? O mercado e não as pessoas. Ainda que o mercado se utilize das pessoas, o mesmo age independente da vontade de muitos, como escrevera Adam Smith, o mercado é uma mão invisivel que conduz a todos.

Dirão alguns a educação não é mercadoria e portanto, não deve se sujeitar ao mercado, até pode não ser mercadoria, nem por isso deixa de ser um serviço sujeito a economia e como escreveu Marx, na vida tudo é economia.

Se verificarmos, no Brasil e no exterior, as grandes universidades seguem o mercado. Aliás as universidades são empresas e não empresas de pessoas e sim de capitais, caso da Anhanguera, uma Sociedade Anônima. Portanto, não dá para discutir educação sem considerar o mercado. O mercado é quem determina as ações das universidades e não o discurso, cuja a retórica já não mais se sustenta.
Uma fundação universidade, por não ser empresa e nem instituição mantida com dinheiro público, muitas vezes acaba se constituindo em bens e pessoas. Todavia, a ordem estabelecida evidencia que a educação esta mais para o mercado do que para pessoas. Assim pensamos que os responsáveis pela educação não podem discuidar da economia ou pelo menos desenvolver atividades sem desconsiderar as regras de mercado. Com isso não desejamos assumir postura de mercantilista e sim considerar que a economia há muito tempo cuida de tudo e sem dinheiro, os desejos se tornam utopias.